A proposta apresentada pelo governo prevê reajustes nos valores do auxílio-alimentação, auxílio-creche e da assistência à saúde suplementar — demandas que vinham sendo discutidas no âmbito da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP).
O governo federal recusou a contraproposta das entidades de servidores que pediam reajuste de 35% no auxílio-alimentação – de R$ 1 mil para R$ 1.350 – e manteve o índice de 17,5%, o que elevará o benefício a R$ 1.175, a partir de dezembro.
Para o auxílio-alimentação, está previsto um aumento dos atuais R$ 1.000,00 para R$ 1.175,00 em dezembro de 2025, com novo reajuste para R$ 1.200,00 em 2026. Já os valores do auxílio-creche e da assistência à saúde serão corrigidos com base no IPCA, a partir de abril de 2026.
Na última reunião, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) foi enfático ao afirmar que a proposta é “definitiva”, não havendo margem para contrapropostas. O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) chegou a solicitar a prorrogação do prazo para resposta, mas o pedido foi negado.
Pelo menos outras quinze entidades nacionais que compõem a bancada sindical já comunicaram ao governo que concordam com a proposta.
Em ofício encaminhado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), os federais reiteraram a importância de manter abertas as negociações sobre pontos da pauta que ainda não foram atendidos. Entre as principais reivindicações estão:
- Equiparação dos benefícios aos valores praticados nos Três Poderes;
- Criação do auxílio nutrição destinado a servidores aposentados;
- Aprimoramento da política de saúde suplementar, com melhorias nos planos de saúde oferecidos.
Comparação com outros Poderes
A equiparação com benefícios do Judiciário e do Legislativo – cujo auxílio-alimentação é de R$ 1.784,42 – foi deixada em segundo plano pelas entidades após a proposta do MGI.
Para lideranças sindicais, o governo adota discurso fiscalista quando trata do Executivo, mas mantém silêncio diante de benefícios mais altos em outros Poderes. Segundo essas lideranças, ao negar a equiparação e impor reajustes abaixo da expectativa, o Planalto reforça a histórica desigualdade entre carreiras de Estado e transmite a mensagem de que servidores do Executivo – responsáveis por grande parte da execução das políticas públicas – seguem sendo tratados como “segunda categoria”.


